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Café finaliza filmagens de curta-metragem em Itapiranga em coprodução com BRMX Filmes



Foto: Tiago Butzge
Foto: Tiago Butzge

Entre os dias 29 de maio e 1º de junho, Itapiranga, extremo oeste de Santa Catarina, viveu dias de cinema! A cidade foi escolhida como cenário principal do curta-metragem “Cataventus”, produção da BRMX Filmes, de Itapiranga, com coprodução da Café Preto Filmes, de Brusque.


As gravações ocorreram em pontos conhecidos da cidade, como o terminal rodoviário e o Colégio Safa, e chamaram a atenção de quem passava por ali. A história gira em torno de Toninho, interpretado por Vicente Piaceski, de apenas 7 anos e morador de Itapiranga. O personagem encara seu primeiro dia em uma nova escola e, tomado pela ansiedade, acaba sonhando com um mundo encantado: o Circo Cataventus, onde vive uma aventura ao lado da colega Alice (interpretada por Yasmin Wesendonk Haas, também de 7 anos e itapiranguense).


Mais de 30 profissionais do audiovisual estiveram envolvidos na produção, vindos de cidades como Florianópolis, Itajaí, Balneário Camboriú, Garopaba e Porto Belo. O elenco também valorizou o talento local com nomes como Camila Stuelp, Anderson Bragagnolo, Eduardo Schneider, Erni Haas e Ivânia Panozzo Haas, além da atriz Layse de Lucena Wanderlei, da Paraíba, que hoje reside em Concórdia.


Além de colocar Itapiranga no mapa do cinema catarinense, o projeto movimentou a economia local, com hospedagem no Hotel União, refeições no Treff, abastecimentos no Posto Líder, e compras em comércios da cidade.


O curta-metragem Cataventus é realizado com recursos do Prêmio Catarinense de Cinema 2023 – Edição Lei Paulo Gustavo, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, e deve ser lançado em mostras e festivais ainda este ano.



Foto: Tiago Butzge
Foto: Tiago Butzge



Relato pessoal do diretor sobre Cataventus


Escrevi o roteiro do curta-metragem "Cataventus" em 2013, e ele tinha outro nome: "O Lobo e a Lua", e a história era um pouco diferente, mas sempre narrando o encontro de Toninho, um menino de 8 anos, com uma nova amiga, Alice, da mesma idade. A ideia inicial é que um iria fazer bem para o outro, numa amizade inocente e sincera entre duas crianças.


Faz 12 anos da primeira versão do curta, mas lembro bem, escrevi no intervalo de almoço em uma produtora que eu trabalhava como editor e cinegrafista, em Brusque, e já sonhava em realizar meus próprios filmes. Tentei, ainda com o título anterior do filme, recursos para viabilizar a obra, em 2015, com o edital do Prêmio Catarinense de Cinema, mas fomos inabilitados pela vogal "e" no texto do meu currículo, que dizia que eu era o diretor do filme, mas faltou um "e proponente". Para a Comissão de Avaliação, eu só mandei currículo do diretor (meu mesmo), mas não mandei do proponente (eu mesmo), que era obrigatório e o "não envio", me desclassificou. Fiquei triste porque nem seria avaliado, já fui desclassificado na abertura da documentação, que ainda era enviada por envelope, fisicamente.


Bom, ok, o famoso "não era pra ser". Acho que tentei mais uma vez com esse nome, "O Lobo e a Lua". Até que fui numa oficina de cinema infantojuvenil, durante a programação da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, e lá ouvi coisas duras sobre o roteiro. Nessa ocasião eu já tinha escrito e filmado meu primeiro curta de ficção, chamado "Vermelho Unissex". Saí da oficina disposto a mudar todo o roteiro, e fiz. Nasceu Cataventus! Um circo mágico onde um Coelho não é mais tirado da cartola, ele próprio faz as magias no picadeiro.


"Cataventus" é um circo no faz de contas de uma menina chamada Alice, homenagem ao personagem de Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas. Ela monta uma tenda feita de lençóis, no meio de um quarto, e com os bichinhos de pelúcia, brinca de circo. Qual criança nunca inventou seu próprio mundo? Fiz muito isso. E não sei como era pra vocês, mas eu realmente conseguia me teletransportar para o universo que eu criava, a ponto de confundir se a brincadeira era uma imaginação, ou se eu realmente tinha vivido aquilo.


De 2015, na primeira tentativa de conseguir recursos com o filme, até 2022, não lembro se participei com esse projeto de mais algum edital de cinema aqui do estado de Santa Catarina. Não lembro porque por algum tempo esse roteiro deixou de ser meu foco, achei que nunca mais iria produzir, tava lá, no limbo, nas ideias que ficam numa gaveta empoeirada digitalmente na nuvem da produtora, Café Preto Filmes, que nem existia quando escrevi essa história. O Prêmio Catarinense passou a ter uma categoria de curtas infantojuvenil, isso era uma oportunidade. Em 2022 ficamos em terceiro lugar nessa categoria, e só dois projetos eram contemplados. Vi que o segundo colocado também tinha sido contemplado numa categoria que premia com maior valor (acho que telefilme), e que, pela lógica, esse proponente escolheria o outro projeto, porque cada CNPJ (ou grupo econômico) pode ser contemplado apenas com um projeto de produção nesse edital. Ou seja, Cataventus sairia do papel depois de 10 anos!


Não saiu! O que eu projetei aconteceu, o segundo colocado escolheu o projeto com mais recursos, e a vaga ficaria para Cataventus. Mas nós ganhamos também com o curta-metragem "Museu de si mesmo", na categoria da mesorregião do Vale do Itajaí. Esse projeto é de um colega do audiovisual catarinense, e na ocasião, prometi pra ele que, se qualquer outro projeto meu ganhasse, eu escolheria o dele. Cumpri com minha palavra, com dor no coração, mas prefiro dormir tranquilo com a cabeça no travesseiro, do que ter pesadelos! Palavra é palavra. Cataventus não sairia do papel dessa vez e a Café produziu "Museu de si mesmo". "Não era pra ser". O irônico é que o autor do projeto que dei preferência, nem fala mais comigo hoje, pelo motivo: não chamei ele pra trabalhar num outro curta-metragem que realizei mais tarde. Triste, né? É a vida, ele ainda acha que tem razão rsrsrs.


Em 2023, no maior edital de cinema que nosso estado já teve, com quase 40 milhões de reais, juntando recursos do estado mais recursos federais da Lei Paulo Gustavo, finalmente chegaria a vez desse projeto! Meu amigo, irmão e compadre Mau Haas, topou fazer coprodução com a Café e inscrever Cataventus no edital daquele ano. Ele e Tininha, minha mana e comadre, são pessoas especiais demais pra mim e pra Betina. São os dindos do Benício! Nós já somos parceiros em diversos projetos, entre eles, Lendas do Motocross Brasileiro, que está indo para a terceira temporada, produzida com recursos federais através da Lei do Audiovisual, onde a Café Preto Filmes é proponente. Dessa vez invertemos os papeis. BRMX Filmes, produtora sediada no extremo oeste de Santa Catarina, região carente de produção audiovisual. Vamos ocupar Itapiranga. Vamos produzir CINEMA em Itapiranga!


Vencemos! Era pra ser assim. BRMX Filmes é a produtora de Cataventus. E foi com o gostoso sotaque do oeste, que nasceram os personagens de Toninho e Alice. Foram talentos como os do Nene Braga (Anderson Bragagnolo), e Edu das Artes (Eduardo Schneider), que nasceram os personagens do Coelho Luli (o mágico) e do Senhor Urso (apresentador do circo). Da Dona Ivânia, que já lavou minhas roupas sujas da mala de viagem quando eu precisei, para ser a Diretora da Escola. Com talento, até então desconhecido, do seu Erni, forte como um touro, que corta a mão com facão e nem chora, para ser o melhor Motorista de Ônibus, rumo ao Mundo Encantado! Camila, uma querida, que viu a Betina com barrigão de grávida em outra oportunidade que estivemos em Itapiranga, para ser a Professora que traz Toninho de volta à realidade.


E não poderia ter Toninho melhor que o Vicente Piaceski! Tão expontâneo, no auge dos seus quase 7 anos de idade. Um menino encantador e apaixonante. E sem falar dela, a ruivinha mais especial, que é como uma sobrinha pra mim, Yasmin Wesendonk Haas, que praticamente vi nascer e crescer. Uma menina que, com seu jeitinho, e quase sem falar nada sobre o assunto, nos ajudou nos dias mais difíceis da nossa vida, sendo presença em nossa casa, junto com seus pais (o papi e a mami).


E como foi bom receber um e-mail de um talento paraibano, mas morando em Concórdia, da atriz Layse, para dar vida à Marlene, que já não sei mais se é tia ou mãe de Toninho (a história vai mudando).


Tinha que ser em Itapiranga, com essas pessoas. Com uma equipe incrível que se somou ao projeto. Tantos talentos. Tinha que ser ali, no frio que ganha mais intensidade nas margens do Rio Uruguai. Subindo os morros da Pedra Vermelha. Com histórias espirituais de "acasos": qual a chance de ter uma tenda de circo montada na cidade nos dias das filmagens? Teve, sem a gente planejar. Ah, Beni, seu danadinho! MEU SANTO É FORTE!


Paro por aqui porque me emocionei demais. Assistam Cataventus, as imagens vão mostrar muito melhor que as minhas palavras, como foi mágico, literalmente mágico, produzir esse filme do jeitinho que foi! Senhoras e Senhores, respeitável público, aguardem por Cataventus, um show de magia bem diante dos seus olhos!


Obrigado!


Foto: Tiago Butzge
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